11 junho, 2007

É impossível continuar a viver com este sistema de ensino que muito diz mas pouco faz. Fiquei chocado à umas semanas atrás ao saber que, dado o avanço do ano lectivo actual (estávamos em finais de Maio), o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior ainda não tinha enviado à Universidade dos Açores (pelo menos a esta, mas acredito que posso generalizar) a lista definitiva dos cursos que estão aprovados para o próximo ano. Como muitos sabem (quem ainda não está informado aqui vai uma breve explicação), os cursos estão muito limitados hoje em dia. Cursos que não possuem mais de 10 alunos inscritos no actual ano lectivo ou que possuem menos de 30 alunos nos 3 primeiros anos perderão, automaticamente o apoio do Ministério. Se isto em si já é lamentável, já que deixamos de ter cursos para ensino mas sim cursos para evitar despesas, mais lamentável será a não informação atempada aos interessados a ingressar no ensino superior que, numa fase da vida que tantas dúvidas cria, nem têm as garantias de escolherem cursos que poderão funcionar. As universidades, muitas com grandes cortes orçamentais nada poderão fazer para manter esses cursos, mesmo que, sejam um importante meio de formação de quadros que estarão em falta no nosso pais. Já os outros diziam e com razão… Falam, falam…

12 comentários:

Carina Camara disse...

Caro Luis,
Imagino que os alunos que este ano candidatam-se à Universidade estejam verdadeiramente preocupados, mas não podemos atirar pedras ao ministerio sem analisarmos primeiro a seguinte situação: há quantos anos as universidades foram convocadas a preparar as reestruturações a bolonha? Quantos reestruturaram atenpadamente?
Há dois anos, pelo menos, a Universidade Livre de Bruxelas ja estava de acordo com o padões de bolonha.
Pois é! Apesar de compreender as tuas preocupações, não acusaria apenas o ministério se estivesse no teu lugar.
Respeitosas saudações.

Claudio Almeida disse...

Isso é um tema complicado.
Mas o que é certo é que são os alunos a saírem prejudicados.

Para ti (Carina) quem são os culpados?

Carina Camara disse...

Cláudio,
Antes de mais gostava de expressar que estou de acordo contigo quando dizes que os alunos são os prejudicados. Lamentavelmente, são estes que sofrerão as consequências do desmazelo a que foi sujeito o Processo de Bolonha.
No que diz respeito a culpados, e evidencio que não gosto muito de usar este termo, vou falar do caso que segui mais de perto que foi o da Universidade dos Açores.
Acontece que acredito que não podemos generalizar no que toca a culpados, pois podemos apontar como exemplo positivo e de sucesso do Departamento de Economia e Gestão desta Universidade. Há um ano, na altura das matriculas, lembro-me do vai vem dos alunos daquele departamento que estavam a preparar-se para se mudarem de armas e bagagens para Bolonha (salve seja!). Porque é que os outros 2000 tb não estavam?
De quem é a Culpa? De um departamento organizado, pontual, que não deixou chegar os dead lines? De quem é a Culpa? De um ministério que aprovou um plano de curso que foi apresentado atempadamente, com tempo para reflexões a reestruturações?
Neste caso, parece-me que a culpa foi do desleixo! O ministério pode ainda não ter aprovado os planos de cursos e as Universidades? Cumpriram os prazos?
Cláudio, independentemente da minha cor política, acredito que o ministério só teve culpa por não ter sido mais intransigente com as Universidades, mas, provavelmente, não podia! Estamos todos na Europa: o problema é que os ritmos são diferentes!
Um Abraço

Carina Camara disse...

Ja agora, Cláudio, gostaria de saber a tua opinião!

Um Abraço

Carina Camara disse...

Cláudio, antes de mais nada, prometo que é a ultima visita ao teu blog hoje! LOL
Na sequência de uma conversa que tivemos, relativamente a fixação de jovens nos Açores e os esforços do governo dos Açores, aqui mais abaixo, era interessante que visses o Açoriano Oriental de hoje (pag. 5). Anuncia uma formação para preparar futuros jovens empresarios. Uma boa medida do governo dos Açores para fixação de jovens nas nossas ilhas, não concordas?
Abraço

Luis Pires disse...

Antes de mais gostaria de agradecer os teus comentários. Fico sempre feliz por saber que existe alguém que pensa nos mesmos problema e que pode ter opiniões diferentes da minha. Também estive envolvido na integração do processo de Bolonha e com todos as sua agravantes (ou não, mas isso é outra historia para outro post…) para os alunos. Acho que também deves ter estado envolvida e como tal também deves ter passado pela mesma situação. Se as outras cumpriram ou não, isso é assunto do ministério e ele terá de o resolver. O que não podemos é continuar nesta situação para sempre. Os que cumprem acabam por pagar por aqueles que cumprem e isto é que considero uma injustiça. Em relação ao processo de Bolonha é preciso ter calma quando dizes que os alunos da U.A. deveriam estar todos já adaptados. Existe um prazo limite para a não integração no processo de Bolonha (salvo erro todos os cursos terão que estar integrados até 2009) e, em muitos casos não compensa aderir ao novo plano curricular, pois o antigo apresenta maiores competências no final. O meu é um bom exemplo disso.

Luis Pires disse...

Era suposto ser os que não cumprem e não duas vezes os que cumprem

jacobino disse...

esta é só mais uma amostra daquilo que o governo realmente queria com o processo de bolonha: a par das reestruturações, vieram estas pérolas como o fim do financiamento dos cursos com poucos alunos, ou ainda o fim das bolsas de mestrado (só há três dias é que o governo anunciou esta "medida essencial"), justamente quando um dos grandes objectivos de bolonha era o aumento do número de mestrandos. mas temo que a razia não se fique por aqui..

jacobino disse...

já agora, convém ver a nova proposta do governo para o Ensino Superior, acabadinha de sair..

jacobino disse...

está um link no nosso blog

Claudio Almeida disse...

Pois
Esta questão é preocupante

Claudio Almeida disse...

Carina
A minha opinião, é de que as culpas recai sobre os vários intervinientes, desde o governo, passando pelas próprias Universidades, os Departamentos e até mesmo os próprios professores e directores dos cursos.