19 junho, 2008

Louvado seja a Deus!

Até o presidente do Governo Regional dos Açores vai á Califórnia, igreja de São José, rezar uma missa. O homem que se dizia ateu.
Louvado seja a César!

16 junho, 2008

Flores e Corvo






















06 junho, 2008

Brigam as comadres e descobrem-se as verdades!

"O director regional da Cultura dos Açores confirmou que as duas deslocações e estadias de Manuel Alegre ao arquipélago, para lançamento de um livro, foram suportadas pela Presidência do Governo açoriano. O director regional da Cultura adiantou, ainda, que a edição do livro foi uma iniciativa do Governo Regional socialista."


Segundo José Lello, nas jornadas parlamentares do PS, realizadas no final de Maio, Manuel Alegre esteve “a parasitar o grupo parlamentar, que lhe pagou as viagens, pois aproveitou para ir aos Açores para lançar um livro que foi patrocinado pelo Governo Regional dos Açores”.

Isto é mentira. Fui aos Açores a convite da Presidência do Governo dos Açores e da direcção regional de cultura dos Açores. Foram eles que me convidaram e que me pagaram as viagens e a estadia”, reagiu Manuel Alegre, em declarações à agência Lusa.

O deputado do PS disse à agência Lusa que o Governo Regional dos Açores sugeriu e patrocinou a obra. “Patrocinaram o livro, que é um livro sobre os Açores. Carlos César [presidente do Governo Regional e do PS/Açores] pediu-me, sabia que eu tinha uns poemas sobre os Açores”, referiu.

O livro intitulado "Escrito no Mar - Livro dos Açores" foi apresentado pelo director regional da Cultura, Vasco Pereira da Costa, que foi mandatário nos Açores da campanha de Manuel Alegre para as eleições à Presidência da Republica em 2006.


Coisas interessantes:
  • Manuel alegre foi a convite do presidente do PS/Açores pago pelo Governo Regional dos Açores.
  • O Director Regional da Cultura foi mandatário nos Açores da Campanha de Manuel Alegre.
  • Pagam-se deslocações de comitivas socialistas para repetidos lançamentos de um livro, de um poeta socialista, e obrigam-nos a pagar mais pela compra de jornais e revistas do continente.

Esconder o 6 de Junho …



Compreender os antecedentes que levaram ao 6 de Junho e o seu posterior desenvolvimento é perceber que a sua influência foi de extrema importância no processo autonómico dos Açores.

A cronologia dos acontecimentos – 25 de Abril de 1974, 6 de Junho de 1975 e 25 de Abril de 1976 - assim o indica.

É com a Revolução de 25 de Abril de 1974 que se põe fim a 48 anos de um governo de ditadura e de repressão politica e se instaura em Portugal um regime de liberdade e garantia dos direitos políticos dos cidadãos. É com esta Revolução dos cravos que se torna possível o aparecimento de movimentos e partidos das mais variadas tendências ideológicas , o protesto popular e as manifestações de rua.

Se o movimento dos capitães de Abril despoletara uma grande agitação social no continente português, consequência das nacionalizações e dos saneamentos políticos, da ocupação de terras e de uma descolonização apressada, nas longínquas ilhas dos Açores o baixo preço do leite e as altas taxas de juro, o elevado custo de adubos e rações e os monopólios e os custos dos transportes abalava a pequena economia insular, sufocando os pequenos e médios agricultores e lavradores.

A revolta contra esta a situação dá-se no dia 6 de Junho de 1975, numa sexta-feira – dia em vinham à cidade lavradores de toda a ilha para o negócio do gado. Conta-se que uma grandiosa manifestação, que faz reunir mais de 10.000 pessoas, percorre as ruas de P. Delgada gritando palavras de ordem. O slogan “ se és açoriano não fiques no passeio” apelava á participação e obtinha a adesão de todos. Lojas e bancos fechavam as portas para que empregados e patrões engrossassem a manifestação que, no seu final, obrigava à demissão do Governador e à nomeação de um “junta militar” para acalmar os ânimos.

Em 25 de Abril de 1976, com a entrada em vigor da Constituição da República Portuguesa , no seu Artigo 6 º , nº 2, finalmente se reconhece que os arquipélagos dos Açores e da Madeira constituem regiões autónomas dotadas de estatutos político-administrativos próprios. Finalmente, porque fundamenta-se nos condicionalismos geográficos, económicos e sociais e nas históricas aspirações autonomistas das populações insulares. (Artº 227 nº1 da Constituição de 1976).

Esta luta política de mais um século, contra um poder central e centralizador, foi iniciada com a campanha autonómica de 1890 e foi sempre motivada pelos graves problemas económicos, pelos monopólios e pela imposição de insuportáveis aumentos de impostos ao povo destas ilhas.

Se a descentralização administrativa que resultou do Decreto de 2 de Março de 1895 só foi possível porque os autonomistas da época aceitaram reduzir as suas reivindicações, o 6 de Junho de 1975 e as suas reivindicações, mesmo as radicais – o apelo à independência – foram importantes para se alcançar a autonomia política e administrativa que hoje existe.

Esconder o 6 de Junho e aqueles que o fizeram é negar o conhecimento de uma parte da história recente dos Açores


Cláudio Almeida

P.Delgada,6 de Junho de 2008
In "Correio dos Açores"