Segundo os analistas da crise, aquela “perturbação”, que resultou da desconfiança das instituições financeiras para o cumprimento dos negócios que entre si fazem, terá sido passageira e depressa os governos lhe encontraram soluções. Se num dia os banqueiros se queixavam da falta de liquidez e as cotações das bolsas mundiais caíam abruptamente, no dia seguinte os donos dos bancos aplaudiam as medidas do governo e os mercados financeiros pareciam recuperar. De facto, uma espectacular concertação que vai permitir ao grande capital usufruir do aval e de dinheiro do Estado para os seus negócios. Negócios que vão continuar a gerar lucros de milhões e milionários vencimentos para os seus administradores.
A outra CRISE, a que afecta a vida das famílias há alguns anos, pode esperar.
De acordo com o governo socialista esta outra crise parece não existir. Passa ao largo dos Açores. Aqui vivemos regaladamente bem, não há situações de pobreza, os números apresentados pelas estatísticas estão todos mal e é tudo uma invenção .
Para o PS, que governou esta região durante 12 anos, não é verdade que 18% da população vive abaixo da taxa do risco de pobreza e que há idosos com pensões de sobrevivência de 140€ .
Que o salário de muitas famílias passou a ser insuficiente para a alimentação e para a prestação da casa. Nem que o número de beneficiários do rendimento de inserção social aumentou de 1.300 para 17.800 nos últimos 4 anos, nem que isso correspondente a 8% da população. Nem é verdade que o Banco Alimentar contra a fome tem distribuído centenas de toneladas de alimentos por milhares de carenciados, num crescendo que não pára .
Não acreditam que a inflação registada nos Açores foi sempre superior à do continente e à da Madeira. Que as taxas reduzidas do IVA não compensaram os custos dos transportes de produtos e de mercadorias e que o elevado custo das passagens aéreas nos afasta do resto mundo. Que os negócios dos pequenos comerciantes são sufocados pela teia de impostos que o estado lhes obriga a pagar. Que a restauração não resistiu à desleal concorrência do governo na atribuição de milhões para a promoção de festas e espectáculos em locais que lhe interessou privilegiar.
Não compreendem o porquê da redução da população estudantil e que isso vai trazer graves consequências ao desenvolvimento futuro destas ilhas. Que de 1994 a 2008 os Açores perderam 7.300 alunos. Só a Escola Básica 2,3 de Capelas, situada numa área de aumento demográfico, perdeu 1.155 alunos em 5 anos. Em 2003 tinha 2.171 alunos e agora só tem 1.016.Nem querem saber porque motivo apenas um quarto dos seus 850 alunos com horário alargado come no refeitório da escola, nem porque razão todos os outros não podem pagar os 2,06 € da refeição.
Fingem não entender que é entre os jovens oriundos de meios sócio - económico desfavorecidos que se verifica maior envolvimento no tráfico e consumo de drogas e consequentemente onde mais cresce a delinquência e a criminalidade. Que 70% dos reclusos das cadeias dos Açores têm idades entre os 16 e 28 anos e estão presos por crimes relacionados com o tráfico e consumo de droga . Não querem reconhecer que as suas políticas de prevenção e de combate ao tráfico de droga têm sido ineficazes.
É por tudo isto que eu continuo a acreditar que melhor é possível.
1 comentário:
Quero ver quanto tempo levará os ausentes de personalidade (mais conhecidas por anónimos) a responder a isto. Sim porque já estou à espera dos ataques cobardes às pessoas, quando vêm que não possuem resposta aos problemas...
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