Estava eu a navegar na blogosfera e no blog foguetabraze vi o seguinte post "Não há corrupção nos Açores? ", que achei interessante e deste modo transcrevo em parte a carta da Airbus ao Governo Regional, lá públicada.
Neste concurso os interesses dos Açores não prevaleceram
Objectivo desta carta:- Providenciar apoio, aconselhamento e conhecimento local, capacitando assim a ATR para solicitar à SATA o bloqueamento da anunciada aquisição e relançar um processo junto de selecção, baseado nas mesmas “regras básicas” para ambos os competidores: a ATR e a Bombardier.
Durante 2 anos a ATR trabalhou com a SATA, estudando as rotas da SATA, número de passageiros, chegando ambos à conclusão que “financeiramente e operacional a escolha do ATR 72-500 era a mais conveniente para a SATA e para os Açores”.
Fragilidades do Dash 8-400 da Bombardier
- Trem de aterragem partiu-se em várias aterragens.
- Ineficiências no consumo de “fuel” nas rotas de curta duração.
- Elevado custo de manutenção e operação.
- Mais baixa capacidade de transporte de carga.
Tudo isto comparado com o ATR 72-500
É conhecido que o Dash 8-400 não foi desenhado para as difíceis operações inter-ilhas.
Nenhuma companhia aérea no Mundo escolheu o s Dash 8-400 para realizar rotas de duração média de 30 minutos.
Devido às limitações técnicas e comerciais do Dash 8-400 nas rotas da SATA inter-ilhas, a SATA viu-se obrigada a comprar também 2 “usados” Dash 8-200. Quando a ATR nunca foi questionada sobre o seu modelo mais pequeno, o ATR 42.O Dash 8-200 é um avião totalmente diferente do Dash 8-400, exigindo diferentes motores, hélices, componentes, maiores investimentos em peças em stock, e maior custo com o treino de pilotos e mecânicos.
Por outro lado a SATA poderia operar toda a sua rota inter-ilhas com um único tipo de avião da geração ATR 72-500, ganhando eficiência e em economia.
Quando a ordem do dia é poupar em combustível, a escolha da SATA dos Dash 8-400 e dos Dash 8-200 vai, claramente contra a corrente dos princípios básicos da indústria da aviação e “parece ser ditada por outros interesses”.
Comparação dos custos da operação inter-ilhas com os 4 Dash 8-400 da Bombardier com os 4 aparelhos que a ATR proponha:
- A SATA irá pagar mais 13 milhões de euros.
- A SATA com os mesmo dinheiro que vai pagar pelos 4 Dash 8-400 compraria 5 ATR 72-500.
- Um voo médio de 30 minutos efectuado pelo Dash 8-400 tem um custo de 1.982 euros. O mesmo percurso seria feito pelo ATR 72-500 em 33 minutos e custaria 1.580 euros, menos 402 euros.- Com a poupança que a SATA faria, voando com o ATR 72-500 em vez do previsto Dash 8-400, em 10 anos a SATA pagaria o custo total de compra dos 4 ATR 72-500 (51 milhões de euros).
- Com a opção da SATA pelo Dash 8-400, a empresa pagará anualmente mais 5,1 milhões de euros, do que se tivesse optado pelo ATR 72-500.O Dash 8-400 não foi desenhado para uma alta utilização em rotas de curta duração e, daí, não pode ser eficiente na rota inter-ilhas da SATA.
- O Dash 8-400 vazio pesa mais 4,8 toneladas. Assim, um voo do Dash 8-400 da Bombardier com o mesmo número de passageiros do que um voo da ATR 72-500 do Grupo EADS, sairá sempre mais caro já que transportará sempre mais 4,8 toneladas, aumentando o consumo de combustível.
- O maior peso do Dash 8-400 fará com que a SATA tenha que gastar mais 20.000 toneladas de combustível (25 milhões de USD), em dez anos.
- O maior peso do Dash 8-400 fará com que sejam emitidas mais 66.000 toneladas de CO2, em dez anos.O Dash 8-400 tem capacidade para mais passageiros do que o ATR 72-500. Todavia, mesmo tendo em conta um crescimento de 5% por ano no número de passageiros da SATA, nos voos inter-ilhas, os 4 ATR 72-500 terão capacidade para transportar todos os passageiros durante 15 anos.
A maior capacidade para transporte de passageiros de Dash 8-400 não será usada durante vários anos e fará com que seja, em muito, reduzida a capacidade para transporte de carga, que é uma das maiores exigências da SATA.
O anúncio do Governo Regional da aquisição de 4 Dash 8-400 e 2 “usados” Dash 8-200 não está de acordo com as regras do concurso. A SATA sempre insistiu junto da ATR que os aparelhos teriam que ser todos novos e que teria que haver 1 aparelho que fosse capaz de operar em todas as pistas das nove ilhas da Região, incluindo a pequena pista da ilha do Corvo.
Em Setembro de 2007, a ATR demonstrou que o seu ATR 72-500 poderia operar na pequena pista da ilha do Corvo, e daí estar a ATR a cumprir com as regras do concurso.
Pelo contrário o Dash 8-400 não pode operar em pistas tão pequenas, obrigando-se a SATA a adquirir o mais pequeno Dash 8-200.O anúncio deste tipo de aviões, feito pelo Governo Regional, veio demonstrar que a SATA alterou as regras do concurso, sem dar oportunidade à ATR de propor a aquisição do seu ATR 42-320.
O Governo Regional anunciou que o investimento da SATA, na compra dos 4 Dash 8-400, mais os 2 Dash 8-200, já usados, custará 111 milhões de USD, enquanto que a oferta da ATR, incluindo 4 ATR 72-500, mais 2 novos ATR 42-320, custaria 85 milhões de USD.
Em 19 de Março de 2008, a ATR requereu formalmente à Administração da SATA para que pusesse em “stand-by” qualquer acordo eventual com a Bombardier e que reanalisasse a selecção dos aviões numa base competitiva e igualitária.
A ATR informa que os governos de Itália e França, assim como o grupo EADS (Airbus) solicitarão explicações ao Governo Regional dos Açores sobre a escolha da SATA.
Esta Carta leva-nos a reflectir:
- Todos os concursos públicos que o Governo Regional faz, mete água (rotas aéreas, transportes marítimos, casinos, SCTU´s e etc...)
- Se a Sata tivesse optado pela Airbus, havia claramente a possibilidade de baixar as tarifas aéreas.
- Não seria bom a SATA ir para a privada?
- e muitos mais assuntos...
03 abril, 2008
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