Escrevo este texto no dia em que Portugal vota no referendo sobre a despenalização do aborto. Contudo, e como rescaldo desta “aventura” das campanhas eleitorais, há certas coisas que merecem ser ditas.
Se é certo que cada um pode ter a sua opinião, também é certo que cada partido pode, por maioria ou unanimidade, decidir qual o seu sentido de voto. Os partidos de esquerda mostraram a sua preferência pelo sim, enquanto que, pela direita, tivemos o CDS pelo não e o PSD a manter-se fora desta discussão. O meu primeiro sentimento de desagrado vai para as respectivas campanhas visto que, sendo esta uma opção de cada um, as mesmas nunca deveriam ter existido. Não preciso de ver dirigentes políticos a forçarem o meu voto pelo pensamento de cada um. Concordo com os debates de esclarecimento, pois a população precisa de estar informada sobre o que está a votar, mas ter que ouvir dias seguidos sempre os mesmos a pedir para votar sim ou não, é demais para mim.
Um aspecto que me fica na memória é a actuação do Primeiro-ministro (PM). A sua convicção no sim, para mim não é condenável, pois também tem o direito à sua opinião. Criticável é, em resposta ao movimento do não, dizer que ou o sim ganha, ou não se altera a lei. Pelos vistos voltamos à ditadura, visto que, ou é como o PM deseja, ou então nada se faz. Tenho pena que assim o seja e deixa muito que pensar sobre a sua intenção ao pedir o voto sim. Se deseja mesmo que as mulheres que cometem aborto não sejam penalizadas, mesmo que o não ganhe (nestas altura que escrevo ainda não sei os resultados) se mostrava disponível para alterar alguma coisa nesta lei. Não o faz porque está mais interessado em uma vitória politica, em que, na sua forma de pensar, será mais uma vitória para ele e para o seu partido, do que realmente preocupado com este flagelo do nosso País. Esta foi uma forma infeliz do nosso PM colocar pressão sobre a população para obter os seus resultados.
Mas também por cá as coisas não andam melhores com o presidente do governo regional. Tentar, dissimuladamente, pedir o voto no sim era escusado e só lhe fica mal. Erro de texto ou não pouco importa pois no meio de tantas pessoas alguém deveria ter notado. Mais uma vez a pressão politica fez-se sentir na busca dos objectivos sem olhar a meios.
Uma nota final a um Senhor tipo assim (cujo ultimo nome termina numa famosa marca de automóveis Norte Americana com o símbolo oval em azul) que se recusou a publicar o meu comentário e que, no seu blog, apenas escreve a falar mal de todos os que não são da sua cor politica, distorcendo muitas vezes a realidade para os seus interesses. Mais ainda, pode-se verificar que, numa leitura atenta ao seu blog, quando confrontado com comentários que contrapõem o que escreve, procura a todo o custo encontrar erros ortográficos nestes comentários para fugir à resposta. É pena que existam pessoas na política assim.
5 comentários:
Luis está muito bom o artigo.
Meu amigo edmundo. Não o conheço mas sensivelmente deve conhecer-me. Não fui eu que fiz este Post. Quanto as sondagens, não se trata de nenhuma sodagem mas sim de uma votação. Só vem cá quem quer.
Se você não sabe o que é a politica não tenho culpa. Talvez precisa de umas aulas de ciência politica na universidade dos Açores.
Já agora gostava muito de debater o meu ponto de vista sobre politica com o seu, de preferencia pessoalmente, e até podiamos tomar um café.
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