Tab, «The Calgary Sun» & «Cagle Cartoons»
O conflito israelo-palestiniano é exemplo da guerra da informação e dos vários pontos de vista que se criam envolta do conflito que fechou um ano e abre outro, talvez, como pronúncia daquilo que irá acontecer neste novo ano. O mundo fecha os olhos ao quotidiano daquela parcela do mundo, os olhos apenas centram-se quando rebenta a guerra. As legitimações da guerra e os porquês abrem telejornais. Talvez, porque a desgraça de um povo dê audiências... No centro da guerra temos um povo que não a quer, que já vive em extremas dificuldades, que são motivo da influência do Hamas. Israel, parece ainda não ter percebido isso, quanto mais desgraça e mais funerais houver na Faixa de Gaza, mais legitimidade haverá para o Hamas. A infância perdida de muitos órfãos nesta guerra será pretexto de novos recrutamentos, de nova doutrina, de uma continuidade terrorista que o mundo, nem Israel quer. Os órfãos de hoje serão os terroristas de amanhã. Enquanto existir este ciclo de desgraça, haverá igualmente um ciclo de novo potenciais terrorista. Israel fabrica o seu próprio inimigo, doutrina-o e dá motivos para ser hostil. Os órfãos desta guerra serão fáceis de doutrinar, não será difícil passar a ideia de que quem matou os país e os irmãos é um alvo a abater... Do outro ponto de vista, está um Estado que faz do seu quotidiano intervenções militares. Muitas delas legitimadas, qualquer país que visse cair rockets nas suas cidades teria posição semelhante à de Israel. Na imprensa e na blogosfera, muitos condenam Israel, o problema é que se esquecem que chove semanalmente - talvez diariamente - rockets sobre as suas cidades há meses. Israel falhou quando radicalizou a OLP de Arafat, dando espaço ao Hamas para crescer, agora tem entre maus um monstro que foi o próprio Estado de Israel a dar razões e motivos para a sua existência. A razão não está apenas de um lado, os pontos de vista neste conflito são tão antitéticos. Optar por defender um facção sem querer ver os argumentos da outra é entrar no erro de esquecer as vitimas deste conflito, que ora são escudo de uma parte, ora são guarda avançada da outra. Que a geração que agora nasce e cresce nos escombros desta guerra, seja mais moderados do que aqueles que fabricaram a sua desgraça.
3 comentários:
Isto já passou a ser uma guerra de outros interesses. O Hamas quer recuperar aquilo que perdeu nas últimas eleições, sendo esta guerra um preparo para as próximas que se avizinham, mostrando ao povo palestiniano que são a organização indicada para conduzir o futuro dos palestianianos frente a Israel.
Por outro lado o governo provisório Israelita quer afirmar o seu poder...
Caro Diogo,
tentei esquecer a vertente política e analisar pelo ciclo humano. Pelos que são as vitimas e pelo que se tornarão no futuro.
Políticamente, é a pré-campanha para as eleições em Israel, sem dúvida.
Haja Saúde
Enviar um comentário