06 novembro, 2006

Pena de morte!


"Tinha pedido morte por fuzilamento, mas tribunal não lhe concedeu a «honra» militar. Saddam será enforcado pelo massacre de 148 xiitas. Dois antigos responsáveis do regime também são condenados à forca.

O Supremo Tribunal iraquiano condenou hoje Saddam Hussein à pena de morte por enforcamento, por crimes contra a humanidade.

Também Barzan Ibrahim al-Tikriti, um dos meios irmãos de Saddam Hussein, foi condenado à pena de morte por enforcamento pela execução de 148 camponeses xiitas em Doujaíl nos anos 1980.

O tribunal especial que julga Saddam Hussein e sete dos seus colaboradores condenou ainda à pena de morte por enforcamento Awad Hamad al Bandar, que era o chefe do tribunal revolucionário que em 1982 condenou à morte os 148 xiitas, por terem participado num atentado frustrado contra Saddam Hussein.

A morte por fuzilamento é normalmente aplicada a grandes líderes militares e simbolicamente Saddam Hussein gostaria de deixar essa última marca. Contudo, o tribunal não cedeu a este pedido e condenou-o à forca."


A sentença de morte decretada pelo Tribunal Iraquiano a Saddam Hussein vem levantar a questão do direito ou não de um tribunal, condenar à morte um ser humano.

Pessoalmente, e não é uma opinião formada agora por este caso mediático, acredito que nenhum ser humano, nenhuma instituição, ninguém tem o direito de condenar alguém a esta pena capital.

Porque é julgar um erro sentenciando com outro erro (matar); porque todos têm direito a uma segunda oportunidade (quem nunca sentiu isso na pele em outras circunstâncias?); porque apesar de se reconhecer a autoridade de um Tribunal, a História ensinou-nos que existem milhares de condenados à morte que se provou serem inocentes mas como foram executados, não havia volta a dar; e porque, o dia de uma execução é um novo dia em que a sociedade falhou na procura pela reintegração de um indivíduo na comunidade. O sistema prisional tem como objectivo, mudar a atitude errada de uma pessoa, responsabilizá-la, culpabilizá-la para que esta saiba reconhecer o erro para não se tornar reincidente e por fim, reintegrá-la.

Neste caso concreto, é indiscutível as atrocidades que Saddam cometeu ao longo do período em que teve no poder. Mas mantendo-o preso por exemplo, até ao fim da sua vida, não seria muito mais "penoso" para Saddam? Estar preso para o resto da vida pelos crimes que cometeu, não o levariam a consciencializar ou a questionar-se o porquê de ter feito tudo aquilo?

2 comentários:

Claudio Almeida disse...

Caro amigo João.
Eu concordo plenamente contigo, ou seja, não concordo com a pena de morte, e nesse caso ainda mais.

1º- Porque não há qualquer direito a condenar uma pessoa á morte, sendo o julgador passando a ser assassino.

2º- É claramente uma atrocidade á vida humana e ao Ser.

3º- em particular com este caso, porque considero o Sadam uma personagem histórica, de tal modo, que é claramente passar uma borracha na nossa História.

4º- Na Historia da Humanidade, os vencidos sempre foram julgados pelos vencedores (Caso do Julgamento de Nuremberg), não deverá ser aplicado este metodo, mas sim o metodo de serem julgados pela Neutralidade.

Anónimo disse...

Antes de mencionar sequer a condenação da pena de morte e a sua justiça (ou falta dela), falando na forma como vai ser morto. Enforcamento. Ao que parece voltamos à Idade Média, os sinais já eram claros, mas agora, tornou-se tão claro como água. Falando na pessoa em si, concordo com o Cláudio, e acho a condenação à morte algo injusto para com os familiares daqueles que ele matou bem como para todo o povo que ele fez sofrer. A prisão perpétua era a pena ideal para ele, levando-o a questionar todos os dias o porquê dos seus actos e aó sofrendo como aqueles que fez sofrer.

Por fim, e de modo geral, sou contra a pena de morte, não temos capacidade de dar vida também não temos direito de tirá-la.