12 novembro, 2008

Sustentabilidade versus Tripolaridade

As assimetrias ilhéus nos Açores tendem aos poucos a agravar-se, a palavra tripolariedade entrou no quotidiano açoriano com a mesma facilidade com que as ilhas mais pequenas vêem escapar os serviços para as maiores. Venho ao tema devido à notícia d'O Público que em 2050 serão menos 700 mil portugueses. Os efeitos nacionais poderão não ser tão nefastos, mas temo que nesta data nos Açores comece-se a pensar profundamente na sustentabilidade de algumas ilhas onde o êxodo é maior e as dificuldades de assentar população são maiores.
Os Açores encontraram uma alavanca de desenvolvimento a várias velocidades que é causa das assimetrias que teimam em ser corrigidas, baseando a economia e os serviço essenciais em três vértices São Miguel, Terceira e Faial-Pico-São Jorge. Se o Estado - e não governo - é o primeiro a argumentar dificuldades económicas em manter serviços nas nove ilhas, dificilmente será o cidadão comum a querer suportar estes custos por muito amor que tenha à sua ilha.
É hoje consensual que é incomportável manter todos os serviços nas nove ilhas, mas não se poderá diversificar os serviços da administração pública? Repare-se os órgãos políticos regionais, a Universidade dos Açores, os Hospitais, as ligações a Lisboa, entre outr@s, estão centralizad@s nas mesmas três ilhas. Caso não se pretenda destruir a tripolaridade o quanto antes, que se tenha a consciência política de afirmar que a sustentabilidade de algumas ilhas corre sérios riscos num médio/longo prazo.

2 comentários:

Claudio Almeida disse...

Caro amigo Tibério
Desejo-te as boas vindas so blog.

A notícia do público não é novidade porque o Instituto Nacional de Estatística, já em 2005, fez uma projecção da população residente em Portugal para 2050, que aponta naquele sentido. Os Açores não vão ficar à margem deste problema apesar do Governo Regional se vangloriar dos actuais índices da nossa população jovem. O problema é que não se tem dado a devida atenção à sistemática redução dessa população jovem nos Açores, motivada pela baixa taxa de natalidade. Em algumas das nossas ilhas o problema agrava-se com a saída de muitos jovens à procura de melhores oportunidades noutras paragens. Esta é uma das causas (pouca população) que contribui para as assimetrias entre as nossas ilhas. A aposta no nosso desenvolvimento tem de passar pela Educação, pelo aumento populacional com bons incentivos à natalidade e por rápidos e acessíveis transportes.

Diogo Duarte disse...

Cláudio

O pior é que não existem políticas ditas de Educação no nosso país. O que existem são políticas tecnológicas que são arrastadas para o campo educacional e camufladas no mesmo.