12 fevereiro, 2008

Credibilidade... Por onde andas?!


O cenário político de uma ilha deserta, muito longe daqui, tem ultimamente servido de palco a uma série de oscilações, novelas, contradições e enredos que já parecem aqueles clássicos "bailinhos de carnaval" da ilha Terceira, que certamente têm dado muito mais trabalho a todos os seus intervenientes do que aos actores principais da novela política desta Região que efectivamente não sabem bem o que querem. É caso para perguntar: Governar ou não Governar...eis a questão!?


Precipitações e dúvidas todos têm durante o seu quotidiano, excepto quando se trata de uma candidatura a presidente do Governo, pois essas são decisões pensadas, firmes e que nunca devem depender favores ou acordos com terceiros, mesmo vindo eles do primeiro-ministro do país onde pertence essa Região. Efectivamente, quando este tipo de dúvidas e oscilações existem é porque já não se confia totalmente no resultado final ou então algo anda a perturbar aquele que quer ser candidato a presidente do Governo dessa Região, seja ele quem for.Que um determinado partido dessa ilha está órfão e dependente de um Homem já me tinha apercebido, no entanto não percebo é porque é que esse Homem tem de fazer determinados sacrifícios para ser o candidato, pois não se pode ser candidato a presidente do Governo para fazer um mero favor ao partido. Por muito que se goste do partido penso não ser de bom-tom ter de engolir o grande sapo que é o de considerar que 12 anos é o tempo certo para governar essa longínqua Região e apresentar-se de novo a eleições depois de concluído esse tempo. Credibilidade... Credibilidade... volta para o meio nós.


É normal quando se está num Governo formar um bom grupo de amigos, um clima de camaradagem, um clima de amizade entre as pessoas, o que não é normal é criar uma teia ao longo de 12 anos e dela não conseguir sair. O que não é normal é que essa teia, por mais que cada Secretário Regional desse Governo dessa ilha dispute o tempo de antena, não consigam também eles encontrar soluções. O que não é normal é que um determinado partido e as suas estruturas de ilha tenham a consciência que a sua grande competência e o seu grande trabalho são claramente insuficientes para ganhar as eleições, tendo por isso que insistir, persistir e pedir (não de joelhos, mas quase!) para esse candidato vir à sua terra também ganhar as eleições, como se ele fosse o deputado dessa ilha.


Eu sei, eles sabem, muita gente sabe e pouca gente tem dúvidas que o segundo mandato desse líder foi muito pior que o primeiro, que o terceiro mandato de determinado líder está a ser muito pior do que o primeiro e o segundo.


Estou seguro, sempre estive, de que se todos trabalharmos no sentido de fazer da política um exercício responsável, credível e verdadeiro estaremos a dar um contributo decisivo para inverter a perda de prestígio das instituições e da política em particular. Este é claramente um mau exemplo...


Para terminar, quero só referir que qualquer semelhança com o cenário político dos Açores e do PS é pura coincidência.




Rómulo Medeiros Ávila

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