15 janeiro, 2007

Do Pico: MENSAGEM AOS EMIGRANTES

Do Pico : Mensagem aos emigrantes


Quem vive nestas ilhas não necessitará de explicações sobre alguns fenómenos que a nossa vida social vai produzindo, porém quem está na diáspora e acompanha a nossa vivência pelos jornais locais precisará de algumas explicações sobre o que se passa.
Mesmo sendo jovem e aberto a novas formas de debate público e de intervenção social, não posso deixar registar a perplexidade que sinto ao ver como algumas intervenções são feitas por alguns dos nossos actores sociais.
Fui vasculhar alguns jornais de há 12 anos atrás e verifiquei que se faziam muitas criticas à governação, sendo muitas delas justas e explanadas de forma correcta.
Contudo não encontrei ataques a quem fazia oposição e muito menos da forma como hoje se assiste.
O que me causa perplexidade e causará confusão a quem lê longe as paginas dos nossos jornais é que com tantas noticias boas para quem está no governo e com tantos ataques pessoais aos que estão na oposição, como é que se compreende que quem está na oposição nos Açores tem cada vez melhores resultados eleitorais nestas ilhas (de realçar as eleições para os nossos autarcas locais, aqueles que em proximidade com o nosso povo, dão a cara pelo partido da social democracia).
Eu explico: não é normal o partido que está na oposição ser o alvo preferencial de ataques e muito menos naturais são os ataques pessoais aos principais responsáveis da oposição de uma forma muitas vezes rancorosa e quase insane ou tresloucada.
Mas quem está longe e só acompanha a nossa vida pelos jornais mais confuso ficará ao perceber que o povo confia cada vez mais naqueles que são os alvos dos ataques.
Eu explico de novo: o PSD nunca deteve o poder em tantas juntas de freguesia e câmaras no Pico como tem agora, mas quem seguisse a nossa vida pelos jornais poderia julgar que os seus responsáveis políticos eram um bando de malfeitores. O mesmo acontece por esses Açores fora….
Afinal quem tem razão, são os que fazem da sua actividade publica uma forma de guerra em que tudo vale ou são aqueles em que o povo com a sua sabedoria confia?
Muitos dos mais experientes com quem falo dizem que não se deve descer ao nível de certos ataques porque no fim o povo facilmente separa o trigo do joio e nestas terras percebe rapidamente quem vale alguma coisa e quem nada vale.
Por cá sabe-se o que está por detrás de cada linha escrita e quais são as motivações e os caracteres de personalidade que impulsionam muitos dos ataques pessoais que se vão sucedendo, quase sempre pela mesma via e com as mesmas origens.
Quem nos lê lá fora, ao fim de algum tempo perceberá também o que se passa nestas ilhas.
As coisas normalmente agravam-se com o aproximar de eleições e parece que os despachos dos chefes socialistas são como as indicações do treinador rafeiro para o defesa caceteiro: é bater em tudo o que é adversário.
Mas tem de haver um limite.
Por muito que se odeie é preciso um mínimo de respeito e por muito que se temam as eleições é preciso um mínimo de ética.
Como se tem podido constatar, os maiores alvos são e serão cada vez mais os principais responsáveis do PSD, desde presidentes das câmaras aos deputados, até mesmo a JSD.
Estes são altamente considerados dentro das suas Ilhas pelas populações e fora dela pela generalidade dos observadores, mas na luta partidária das ilhas são muitas vezes vilipendiados por quem faz da azia um estado de vida.
Ainda recentemente em congressos partidários pude constatar o peso destes responsáveis e o seu valor, tidos como o melhor que o PSD tem neste país, como aliás o nosso povo tem comprovado.
Como jovem gostaria de apelar a que se discutissem os problemas das nove ilhas e já agora, mesmo com o risco de quem vive lá fora não compreender totalmente, começo a achar que apesar dos que fazem ataques pessoais terem muitas fragilidades, não se deve responder na mesma moeda. O povo no fim dará a resposta.
Sou jovem e gosto da política, mas ao ver algumas das coisas que certas pessoas divulgam começo a perceber porque é que muita gente anda alheada da política.

Rómulo Medeiros Ávila

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